sábado, 29 de dezembro de 2007

LANÇA-CHAMAS: A ASAE-DGS

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LANÇA-CHAMAS: A ASAE-DGS

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A ASAE e o provável fecho de 50% dos restaurantes

Embora concorde que a restauração necessita de uma fiscalização eficiente e que é preciso combater a falta de higiene e de boas condições de muitos estabelecimentos, sou dos muitos que consideram que a acção da ASAE, por culpa própria ou das leis que a regem, como argumenta como desculpa, é muitas vezes demasiado severa e causa dificuldades ao sector.
A recente entrevista do respectivo director ao semanário SOL, pelos excertos que li na imprensa, revela demasiado bem o exagero da sua actuação ao afirmar que 50% dos estabelecimentos entre restaurantes e cafés terão de fechar a curto prazo por não teram condições ou por falta de viabilidade económica. Para já, pensava que a viabilidade económica não era do âmbito da ASAE e que portanto o seu director não deveria emitir opiniões sobre este aspecto.
Mas o que mais me escandalizou foi a afirmação de que quem pretenda abrir um restaurante deverá recorrer para o efeito a uma empresa de consultoria. Se a legislação é tão complexa que um industrial do ramo não a pode interpretar para que esteja seguro o estabelecimento que pretende abrir a respeita, então parece-me que esta legislação está mal feita. Já agora, será que para abrir um café será também necessário contratar um jurista? Ou um consultor escolhido entre os funcionários da ASAE que trabalhem por conta própria nas horas livres?

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domingo, 23 de dezembro de 2007

Há discriminação religiosa num país da UE?

Leio a notícia da conversão ao catolicismo do ex-PM do Reino Unido Tony Blair. O facto em si nada tem de extraordinário e é do foro íntimo do homem, embora pessoalmente eu estranhe sempre um pouco estas conversões de adultos, eu, que nunca me converti a nenhuma religião.

Mas o que me encheu de espanto foi a informação dada num noticiário televisivo, já não sei em que canal, de que Blair só consumou a conversão oficialmente depois de deixar o cargo no n.º 10 porque "leis inglesas do século XIX" impedem que chegue ao cargo de primeiro ministro do reino alguém que não professe a religião anglicana. Ouvi e não quis acreditar. Será mesmo verdade? E estas leis ainda estão em vigor?

A ser mesmo assim, isto significa simplesmente uma inadmissível discriminação religiosa num país da União Europeia. E no meu modesto entendimento esta discriminação é um verdadeiro atentado aos apregoados Direitos do Homem. A UE que tem directivas sobre tudo e mais alguma coisa não terá uma que impeça esta regra retrógrada? Será por isto que o Reino Unido, ao aprovar o Tratado de Lisboa, quis uma ressalva no que se refere à Carta dos Direitos? Gostava que alguém me respondesse.

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Esperteza saloia ou desejo de se mostrar?

Ir um primeiro ministro, que ultimamente tem andado numa roda viva entre Bruxelas, Bragança e outras paregens, presidir à inauguração de um ramal de metropolitano na capital com duas paragens parece-me desejo de se mostrar e está na linha da actuação do homem. Mas aproveitar a ocasião para declarar e repetir enfaticamente que quando chegou ao governo já a derrapagem económica existia e que não é da sua responsabilidade e, ainda para mais, vangloriar-se que foi o seu governo que acabou finalmente a obra que se arrastava já há 10 anos, insinuando que se estivesse no poder um outro qualquer governo não era desta que a obra acabaria e que os lisboetas poderiam ir alegremente da Baixa-Chiado a Santa Apolónia passando pelo Terreiro do Paço, só pode classificar-se como esperteza saloia. valha-nos Santa Apolónia.

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sábado, 15 de dezembro de 2007

Tratado de Lisboa e referendo

Sou dos que acham uma falta de respeito pelos cidadãos se, como parece quase certo, o Governo se decidir pela ratificação parlamentar e não se realizar o prometido referendo. Mas até compreendo o drama mental de José Sócrates: Se, ao contrário do que prevejo, mas de acordo com o que desejo, o PM resolvesse realizar o referendo e o povo decidisse maioritariamente contra o Tratado, que destino daria à lápide comemorativa posta à entrada dos Jerónimos?

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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O hidrogénio não é renovável

Segundo o Público (dia 4 de Dezembro), a Islândia pretende "até 2050 abandonar o recurso a combustíveis fósseis nos transportes", para se tornar "mesmo amiga do ambiente". O último passo neste sentido foi e inauguração da "primeira estação de serviço que serve hidrogénio, a energia limpa do futuro." Acrescenta o responsável da empresa Nova Energia Islandesa, "apoiada pelo Governo, universidades e privados", Jon Bjorn Skulason, que "não há qualquer outro combustível no mundo capaz de satisfazer as necessidades energéticas que hoje são supridas pelos combustíveis fósseis".

É sem dúvida uma boa notícia, sob o aspecto ambiental. Mas o modo como é dada assenta num equívoco fundamental: o hidrogénio não é uma fonte de energia primária. O seu uso tem grandes vantagens, sobretudo nos transportes em meio urbano, pois evita a poluição local, um grande problema em todas as cidades. No entanto, como o hidrogénio não se encontra na Natureza sob forma elementar, é preciso fabricá-lo. Há diversos meios para isso, mas actualmente o mais barato ainda é por via química a partir de combustíveis fósseis. Ganha-se alguma coisa, porque as centrais produtoras podem ser mais eficientes e poluir menos e sobretudo poluir longe das populações, mas não se evita o recurso aos famigerados combustíveis. Uma outra via será por electrólise, e aí gastamos energia eléctrica que terá de ser produzida de qualquer modo. Também aqui os combustíveis fósseis ocupam lugar de relevo economicamente inultrapassável. Claro que se a electricidade for produzida por centrais hidroeléctricas, eólicas ou de células fotovoltaicas, teremos uma solução integralmente limpa, mas a que preço? Poderá a Islândia pagá-lo? Claro que o Sr. Skulason sabe tudo isto muito melhor do que eu e não cometeria o erro de pensar que o hidrogénio está disponível. Já não sei se posso afirmar o mesmo da jornalista Ana Gerschenfeld. Pelo menos a notícia omite estes aspectos e deixa antever, para os leitores desprevenidos, que o problema da produção do hidrogénio não existe.

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Ciência 0 – Desporto 1 ou Não há esperança de termos menos futebol na TV

Lemos no Público: "Os portugueses estão entre os europeus que menos se interessam por notícias de ciência, segundo um inquérito ontem divulgado pela Comissão Europeia. Apenas um em cada seis portugueses (16 por cento) aponta a investigação científica como um dos três assuntos que mais gosta de ver retratados na comunicação social. O desporto é o tema preferido, com 45 por cento de respostas.
Estes dados estão no Eurobarómetro “Scientific Research in the Media 2007_"

A continuação da notícia refere ainda que a predilecção pelo desporto não é exclusivo nosso, pelo contrário, é o caso da UE como um todo, embora em menor grau do que no caso português. Com maior grau de interesse do que a ciência estão os temas de entretenimento e celebridades, a política e as artes e cultura. Logo a seguir estão as notícias de economia.

Não fui um dos 1011 portugueses sondados neste inquérito. Mas deixo aqui a minha opinião desesperada. Pensava que havia futebol a mais na TV. Também nos jornais, mas aí o incómodo é menor, porque é fácil virar as folhas rapidamente até chegar aos temas que me interessam. Mas na TV é supinamente irritante o tempo infinito que os programas de desporto preenchem, com grande relevância para o futebol, que para mim é o mais irritante dos desportos. Além das notícias sobre os jogos propriamente ditos e das respectivas transmissões exactamente às horas em que nos restantes canais nada há para ver, há os intermináveis debates do dia seguinte cheios de lugares comuns, há as declarações vulgaríssimas dos jogadores, treinadores e dirigentes e agora há ainda a discussão pormenorizada dos casos em tribunal, que são cada vez mais. É particularmente irritante quando estas notícias merecem lugar de relevo, muitas vezes de abertura dos telejornais, interrompendo a série de novas que realmente interessam (pelo menos a mim). Mas, pelos vistos, embora quem se aborreça com tanta notícia de futebol não seja só eu, é francamente uma pequena minoria. É assim que os portugueses querem. Não direi que eu é que estou errado, mas sem dúvida não estou bem integrado no espírito do povo.

E dizia-se que Salazar utilizava o futebol para distrair o povo, como um dos 3 famigerados FF! Afinal é o que o povo quer.

Já agora, embora ninguém tenha perguntado a minha opinião, sempre acrescento que se fosse um dos interrogados, embora me interesse muito por ciência e investigação científica e leia com gosto as notícias sobre o tema ou veja os programas que versam assuntos científicos, para temas que gosto de ver tratados na comunicação social poria em primeiro lugar as artes e cultura, em segundo a economia e só em terceiro a ciência. Mas sem dúvida o desporto, e em particular o futebol, viria em ultíssimo lugar.

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