terça-feira, 23 de outubro de 2007

O "Tratado de Lisboa"

António Barreto já disse, muito melhor do que eu o faria, o que eu próprio pensava sobre o Tratado Reformador da UE, chamado Tratado de Lisboa, para alegria e vaidade dos indígenas ("Por que ria a hiena?" no Público de 21 pp.)
Só tenho pena de não vir a haver provavelmente referendo, porque eu. apesar de me considerar europeísta, votaria certamente contra.
Ganhou a burocracia, perdeu a democracia. Ganhou o centralismo, perdeu a diversidade.
Para os ingénuos que pensam que quanto mais se apertar a tenaz europeia mais se assegura a paz, veja-se o que aconteceu à Jugoslávia, lembre-se a Guerra da Secessão americana, não se esqueça a implosão da União Soviética, já para não falar da queda do Império Romano e de outras quedas históricas.

Etiquetas: ,


Tolerância e intolerância para o "politicamente incorrecto"

Chocou-me mais saber que tinha sido cancelada uma conferência de James Watson pela sua alegada afirmação (alegada porque não li o original da entrevista no Sunday Times e com demasiada frequência as afirmações são distorcidas ou mal interpretadas quando retiradas do contexto) de que "os negros serão menos inteligentes que os brancos" do que a afirmação em si. Para falar com franqueza ignoro se a alegada afirmação tem ou não algum fundamento. Mas admitindo que não tem, um cientista da craveira de Watson não deve ser classificado (nesta caso mais se poderia dizer desclassificado) por emitir opiniões incorrectas, mais a mais sobre assuntos que não são da sua especialidade. Disse uma asneira, parece. Porém, as reacções às suas palavras foram desproporcionadas. Desconfio que se tivesse afirmado com a mesma falta de fundamento que os brancos são menos inteligentes que os negros (ou, já agora, que os elefantes africanos são mais ou menos hábeis que os elefantes indianos) não se ouviria o mesmo clamor.
Ai de quem se atreve a emitir uma opinião politicamente incorrecta.
Dito isto, nada mais tenho a acrescentar ao magnífico editorial de José Manuel Fernandas no Público do dia 21.

Etiquetas: , ,


quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Saloiice bacoca

Quando se discutem coisas importantes para o nosso futuro e se põem questões que mereceriam reflexão, os nossos meios de informação acham que o que interessa é informar sobre o número de polícias que asseguram a segurança dos altos representantes dos países da UE reunidos em Lisboa e se o Tratado Reformador, que se presume que será aprovado depois de mais ou menos discussão, com mais ou menos cedências, ficará conhecido para a posteridade como o "Tratado de Lisboa", como se se isso tivesse alguma importância e essa designação nos trouxesse alguma vantagem.
Pergunto se as cidade de Maastricht e de Nice ganharam alguma coisa por ter ficado com os seus nomes nos dois tratados que serviram de base à UE até agora.

Etiquetas:


domingo, 7 de outubro de 2007

PM Pescanova

Fiquei estarrecido ao ver o nosso Primeiro-Ministro discursar enquadrado por dísticos "PESCANOVA" num púlpito com o mesmo nome em grandes letras. Claro que se tratava de uma cerimónia promovida e que tinha tudo a ver com esta empresa espanhola e com o importante investimento que tencionam fazer em Portugal. Mas mesmo assim acho que o PM se deveria ter recusado a discursar com o reclame da PESCANOVA em letras garrafais atrás da sua cabeça. Até perecia um treinador ou um jogador de futebol que estamos habituados a ver falar com um fundo de propaganda a empresas patrocinadoras. Não vem para aqui o facto de o investimento ser polémico do ponto de vista ambiental. Por muito importante que isso seja, não é agora a questão. Por muito que o empreendimento fosse impecável e unanimemente aceite e louvado, fica mal a uma importante figura do Estado prestar-se a discursar fazendo reclame a uma marca comercial. Será que nenhum consultor de imagem lhe disse isto?

Etiquetas:


This page is powered by Blogger. Isn't yours?