quinta-feira, 14 de agosto de 2008

PIB

O governo apresentou solenemente os resultados do INE para o crescimento do PIB, para a inflação e para o desemprego, salientando a melhoria e os aspectos positivos frente aos valores correspondentes da zona euro e da UE no seu conjunto. No entanto, as expressões graves dos ministros que tiveram a missão de anunciar estes bons resultados não correspondiam em absoluto com a bondade das notícias. Era de desconfiar. A primeira razão que me ocorreu para as caras tristonhas dos mensageiros das boas novas foi que se os nossos resultados eram momentaneamente melhores dos que os da Alemanha, da França (ambos negativos no que se refere à variação do PIB) e da Espanha, seria de esperar, acho eu que pouco percebo de economia, que aqueles piores resultados dos nossos principais clientes viessem a afectar a nossa economia nos trimestres seguintes. Continuo a pensar que esta razão é muito válida, principalmente depois de ter ouvido as opiniões de Helena Garrido e de Camilo Lourenço. Mas outra razão tornou-se evidente depois de lembrar, via Público que cita hoje resultados do INE e do Eurostat para as variações do PIB até ao 1.º trimestre, que nesse trimestre a zona euro cresceu 0,7% e Portugal -0,2%. Os resultados do 2.º trimestre agora conhecidos, embora em si positivos, não compensam, em comparação com os restantes do euro, os péssimos resultados do período anterior. Os ministros sabiam disso, mas por uma questão de enfatizarem apenas os aspectos positivos, calaram-no e sentiam-se comprometidos por essa omissão, talvez encomendada de cima.

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