terça-feira, 1 de julho de 2008
Ainda as energias renováveis
A SIC-Notícias noticiou com relevo o aumento de produção de automóveis movidos a electricidade. Até aqui, tudo bem, constitui indubitavelmente um progresso sob o aspecto do combate à poluição em meio urbano. Já me parece muito duvidoso que se possa dizer, como afirmou a jornalista: "Além de termos aqui um contributo para a diminuição da dependência energética, ajudam também o desenvolvimento económico." Não haverá aqui dois equívocos?
Primeiro: Os automóveis continuam a necessitar da mesma energia para se moverem, ou ainda talvez um pouco mais, dado que as baterias aumentam normalmente o peso. Em vez de ser energia dos combustíveis líquidos, gasolina, gasóleo ou gás de petróleo liquefeito será energia eléctrica. Mas esta terá de ser produzida e a dependência energética manter-se-á. Mesmo que se pretendesse dizer "dependência energética de energia importada", ou seja, "dependência do exterior", ou então "dependência dos combustíveis fósseis", tudo depende do modo de produção da energia eléctrica necessária; se for em centrais eléctricas que consumam combustíveis fósseis, a dependência é a mesma. Poderá eventualmente ser ligeiramente menor se a eficiência dos motores eléctricos for mais elevada ou, pelo contrário, algo maior se as perdas no transporte forem importantes.
Segundo: A produção de carros eléctricos contribui para o desenvolvimento económico? Só se fossem mais baratos e em consequência pudesse aumentar a procura. Se se limitarem a substituir o mesmo número de automóveis movidos a combustíveis, não vejo como poderá ter qualquer influência no desenvolvimento.
Já outra coisa seria o "carro a água" que foi há dias anunciado, também na TV, como uma realidade: O sistema limitava-se a decompor a água em hidrogénio e oxigénio, utilizando em seguida o hidrogénio como fonte de energia, dando novamente origem a água. Até referia o número de quilómetros que o carro podia andar com 1 litro de água. E o jornalista anunciou tudo isto sem se rir. Resta saber em que sessão da Assembleia da República foi revogada a 2.ª Lei da Termodinâmica. Estariam resolvidos os problemas da crise energética e, por falta de procura, os preços do petróleo cairiam a pique.
Primeiro: Os automóveis continuam a necessitar da mesma energia para se moverem, ou ainda talvez um pouco mais, dado que as baterias aumentam normalmente o peso. Em vez de ser energia dos combustíveis líquidos, gasolina, gasóleo ou gás de petróleo liquefeito será energia eléctrica. Mas esta terá de ser produzida e a dependência energética manter-se-á. Mesmo que se pretendesse dizer "dependência energética de energia importada", ou seja, "dependência do exterior", ou então "dependência dos combustíveis fósseis", tudo depende do modo de produção da energia eléctrica necessária; se for em centrais eléctricas que consumam combustíveis fósseis, a dependência é a mesma. Poderá eventualmente ser ligeiramente menor se a eficiência dos motores eléctricos for mais elevada ou, pelo contrário, algo maior se as perdas no transporte forem importantes.
Segundo: A produção de carros eléctricos contribui para o desenvolvimento económico? Só se fossem mais baratos e em consequência pudesse aumentar a procura. Se se limitarem a substituir o mesmo número de automóveis movidos a combustíveis, não vejo como poderá ter qualquer influência no desenvolvimento.
Já outra coisa seria o "carro a água" que foi há dias anunciado, também na TV, como uma realidade: O sistema limitava-se a decompor a água em hidrogénio e oxigénio, utilizando em seguida o hidrogénio como fonte de energia, dando novamente origem a água. Até referia o número de quilómetros que o carro podia andar com 1 litro de água. E o jornalista anunciou tudo isto sem se rir. Resta saber em que sessão da Assembleia da República foi revogada a 2.ª Lei da Termodinâmica. Estariam resolvidos os problemas da crise energética e, por falta de procura, os preços do petróleo cairiam a pique.
Etiquetas: energias renováveis dependência energética carro a água