domingo, 8 de junho de 2008

Ainda as energias renováveis e os almoços grátis que não há

O suplemento de economia do Público da passada sexta-feira (6 de Junho) dedica 5 páginas (incluindo a 1.ª página com uma grande foto de uma onda) às energias renováveis em Portugal.
Os artigos estão bem feitos, expõem sucintamente a situação em Portugal e explicam em termos inteligíveis pelos não técnicos algumas das questões que estas formas de energia levantam. Até o artigo de Ana Fernandes sobre o hidrogénio não cai na asneira demasiado frequente de apresentar esta forma de armazenamento e utilização de energia como uma fonte primária de energia ou deixar a sua utilidade na confusão.
No entanto não consegui ver uma única referência quantificada aos custos das diferentes formas de energia renovável e aos problemas que estes custos põem à sua rentabilidade.
Numa altura em que os preços do petróleo atingiram níveis ainda há pouco não imagináveis, seria muito interessante comparar novamente os preços de energia obtida a partir de combustíveis fósseis com os de outras fontes. Penso que o fosso tem diminuído, não só pela escalada de preços do petróleo, mas também por progressos tecnológicos nas fontes alternativas, mas não faço ideia em que grau e não encontro quaisquer referências úteis.
Também quando das numerosas referências recentes ao lançamento no mercado mobiliário das acções da EDP Renováveis, não vi o tema da rentabilidade devidamente tratado. Penso que a viabilidade da nova empresa depende dos subsídios ou incentivos que são concedidos às energias renováveis para reduzir a dependência do petróleo. Mas quanto custa ao País? Por quanto tempo serão esses subsídios concedidos? Os subsídios ou os incentivos, como queiram chamar-lhe, saem de algum lado. Não há energias renováveis grátis, como acontece com os almoços.

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