quinta-feira, 29 de maio de 2008

A minha Pátria é a Língua Portuguesa

É extremamente lamentável e mesmo muito grave a decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros de adoptar o inglês para os endereços electrónicos na rede (net) dos diplomatas portugueses.
Nada tenho contra a língua inglesa. Confesso que não gosto muito dela por ter uma pronúncia errante, já denunciada em tempos por Bernard Shaw, uma gramática muito pobre, principalmente na incipiente conjugação verbal. Durante muito tempo também achei a língua inglesa feia, até que em 1959 um amigo inglês, que conhecera num campo de trabalho para a juventude em França, me ofereceu um disco com poemas de Shakespeare estupendamente recitados. Verifiquei então com surpresa que a língua inglesa pode ser muito bela.
Mas independentemente das qualidades e dos defeitos do inglês, não é a nossa língua. O português não é uma língua insignificante e minoritária que se possa pôr de lado. Se é certo que o inglês se está tornando no mundo actual a língua franca que em tempos foi o latim, não vale a pena facilitar-lhe a vida. (Já basta que até os russos cantem em inglês para ganhar o Festival da Eurovisão. Que diria Tolstoi ou Tchekov?)
Lamentei há dias o atentado à diversidade linguística que representa o Acordo de Londres que elimina, nos países signatários , a obrigação de traduzir o texto das patentes para o idioma do país. Felizmente Portugal não aderiu. Mas esta decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros vai no sentido contrário ao que deve ser a defesa da nossa língua.

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