domingo, 17 de fevereiro de 2008

A Vénus de Cranach



Que terá causado o ataque agudo de pudicícia que atingiu os excelentíssimos administradores do metro de Londres e os levou a rejeitar que a magnífica pintura que representa a Vénus, de Lucas Cranach, pudesse figurar no cartaz de uma exposição na Royal Academy of Arts? Apesar de terem depois recuado, a recusa inicial, com o pretexto de que era "abertamente sexual" e de que poderia ofender a sensibilidade de alguns olhares só nos faria sorrir se não fosse um sinal da crescente preocupação com o politicamente correcto mais primário.
A representação de Vénus é abertamente sexual? Que outra coisa poderia ser? É claro que o amor tal como é compreendido hoje não se resume ao amor sexual, mas se Vénus é a Deusa do Amor é exactamente no sentido do amor sexual, penso eu.
Por outro lado, seja Vénus, Olímpia ou outros nus femininos ou masculinos há muito que deixaram de ser considerados chocantes. O corpo humano, belo ou feio, não deve ser motivo de escândalo.
Por isso, aqui reproduzo não só uma Vénus de Cranach, mas duas, a do cartaz e a do quadro, pintado em 1532 que o dito cartaz representa.

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