sábado, 12 de janeiro de 2008

Crenças e política

No "Umblogsobrekleist" li a seguinte notícia:

«CH-CH-CHANGES:
Em resposta à pergunta de um entrevistador, Nick Clegg, recentemente eleito líder do partido Liberal Democrático, em Inglaterra, afirmou não acreditar em Deus.

Pessoalmente, acho que tem escassa relevância o facto de este ou aquele líder político acreditar ou não em Deus. Trata-se de uma questão do foro pessoal. O que me interessa, e muito, é saber se a pessoa em questão deixa que as suas crenças interfiram nos seus processos de decisão, o que pensa sobre a separação Igreja/Estado, e se é mais ou menos imune às pressões exercidas por sectores religiosos na vida pública. Entre outras coisas.

Contudo, há que admitir ser positivo e salutar para uma democracia que o líder de um partido com alguma expressão se sinta à vontade para manifestar a sua não-crença, sem rodeios nem tergiversações. Em quase todas as épocas do passado das democracias, e, ainda hoje, em muitos países, isso seria equivalente a suicídio político (sem prejuízo de outras consequências desconfortáveis para a pessoa jurídica ou física do indivíduo).»

Desta notícia e do seu comentário, com que estou totalmente de acordo, saliento contudo um aspecto não focado: Se é verdade o que ouvi na TV e aqui relatei (em 23 de Dezembro último) que, por força de leis britânicas do século XIX, o primeiro-ministro tem obrigatoriamente de professar a fé anglicana (a propósito da conversão ao catolicismo de Blair), então forçosamente teremos de admitir que Nick Clegg, mesmo que o seu partido obtenha a maioria em eleições no Reino Unido, nunca poderá vir a ocupar o cargo de primeiro-ministro! Será assim. Será afinal o democrático Reino Unido um estado confessional?

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