quinta-feira, 19 de julho de 2007

Outra vez a Ibéria!

Não é demais relembrar o que escrevi aqui em 25 de Abril a propósito de tendências iberistas. Pelo menos estas eram encapotadas. Agora a proposta do Saramago de integração de Portugal na Espanha, e mais do que a proposta, a declaração da inevitabilidade a prazo desta integração deixou-me mais do que desgostoso: deixou-me mesmo revoltado. É não ter em conta a nossa individualidade, a nossa longa história, mais longa do que a de Espanha como país, a nossa cultura e a vantagem de sermos um dos poucos países da Europa que somos verdadeiramente um Estado-Nação, com fronteiras bem definidas há longos séculos, ao que dizem as mais antigas da Europa. Além disso esta posição do ilustre escritor não abona muito à sua inteligência. Para que raio poderia a Espanha estar interessada em anexar Portugal? Já tem problemas que cheguem em casa. E que teria Portugal a ganhar com isso. Há que acene com as vantagens de os salários em Espanha serem muito superiores aos nossos e nomeadamente o salário mínimo. Que consequências económicas teria para a região Portugal como parte da Espanha ou de uma União Ibérica futura o aumento súbito e geral dos salários? Seria isso possível? Como sobreviveriam as nossas empresas? E que sentido poderia ter esta integração numa União europeia em que as fronteiras se encontram diluídas e há livre circulação de pessoas e capitais?
Como já disse, vivi anos em Espanha e nada me move contra os espanhóis. Mas, ao contrário do Almada, não quero ser espanhol, mesmo que continue a ser modestamente do País do Dantas, pim!

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