sábado, 3 de março de 2007

Limpeza de Cartazes em Lisboa

Há várias coisas que me revoltam. Há outras que não compreendo. Estes dois grupos têm uma área de intersecção que são as coisas que simultaneamente me revoltam e não compreendo. Uma delas é a proliferação de cartazes colados em edifícios e monumentos de espectáculos, promoções culturais, actividades políticas e tantas outras coisas que desfeiam as paredes das nossas cidades.

Revolta-me porque não têm respeito por edifícios particulares, por vezes com valor arquitectónico, e, mesmo que quando colados tenham algum valor informativo, com o tempo e expostos à intempérie tornam-se em farrapos horríveis. Ainda os que são colados em tapumes, ainda vá lá, embora os donos dos tapumes, sim, porque até os tapumes têm donos, devessem poder impor a sua vontade de os conservar limpos. Mas em paredes, edifícios, pilares de pontes e até em monumentos, é demais e tornou-se uma verdadeira praga.

Não compreendo, porque as Câmaras, e no caso de Lisboa, que me interessa mais em particular por cá viver, a CML, deveriam ter poderes e exercê-los para evitar está prática nefasta e porque quase sempre os cartazes identificam os promotores dos espectáculos ou actividades anunciadas e deveria ser possível responsabilizá-los pelos danos estéticos e outros causados pelos cartazes e pela sua colagem. Muitas vezes os acontecimentos culturais reclamados têm até promoção de organismos públicos ou da própria Câmara.

Foi por isso com alegria e alguma esperança que vi as notícias sobre uma campanha para limpeza das paredes assim vandalizadas e sobre a futura responsabilização dos coladores de cartazes. Para mais quando esta campanha se estende aos graffiti que na maioria dos casos sujam paredes de propriedades particulares sem respeito e impunemente. Compreendo que se possa considerar os graffiti como uma forma de arte popular. Aceito que se tolerem graffiti em muros de propriedades públicas ou em que os proprietários não se oponham. Mas se o próprio Leonardo da Vinci tivesse pintado as suas obras primas em paredes de casas sem licença dos donos teria sido uma actividade condenável, se bem que certamente sem a falta de estética que predomina nos nossos graffiti. De facto a maior parte dos graffiti q ue se vêem nas paredes dos prédios da Lisboa pouco ou nada têm de artístico e consta que muitos servem para marcar territórios de grupos de jovens que assim querem expressar o seu poder territorial. Por isso acho altamente positiva esta acção da CML e espero que tenha a continuação que se impõe.

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