sábado, 2 de setembro de 2006

Depois da passagem do fogo





Voltei ao mesmo local, nos arredores de Aveiro, de que mostrei algumas fotografias tiradas há poucas semanas. Nessas fotos via-se muito verde, ervas e árvores verdejantes, borboletas a pousarem nos cardos.
Agora, exactamente no mesmo local, há terra coberta de uma camada negra, ervas queimadas, folhas secas, troncos chamuscados.
Soube pelos noticiários que o fogo andara por aí. Por telefonemas para gente da terra averiguei que tinha passado pelo menos muito perto da pequena mancha florestal e dos prados que cobriam o vale, mas só tive confirmação de que já não poderia repetir as fotografias no mesmo estado das mesmas árvores quando fui mesmo lá.
Felizmente a zona ardida não foi muito extensa, talvez porque mesmo de Verão o terreno retém muita humidade, já que o nível freático no local é bastante elevado. Aliás a zona de Aveiro tem sido relativamente poupada aos incêndios florestais porque é uma zona de minifúndio, em que as manchas florestais se encontram dispersas entre terrenos ainda cultivados pelo meio, a urbanização é muito difusa, vários acessos rústicos cortam os terrenos e o nível de humidade é elevado. Logo ao lado das áreas ardidas continua a haver florestas, terrenos com mato e culturas que foram poupadas ao fogo.
No entanto a desolação da área ardida está bem expressa na nova colecção de fotografias. Os rebentos verdes que emergem da camada de terra enegrecida são uma esperança de recuperação.

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