quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Visita ao Museu Geológico

Quando era miúdo e num ano em que frequentei o Liceu Passos Manuel, dei um dia por acaso com o Museu Geológico, muito perto do Liceu, ali na Rua da Academia das Ciências e, com alguma curiosidade e sem saber bem o que iria encontrar, resolvi entrar. Depois de subir a bela escadaria de pedra, fiquei maravilhado com a exposição e extasiei-me principalmente diante de um enorme cristal de quartzo atravessa do por finas agulhas de turmalina. aí com uns bons 25 cm de lado a lado do prisma hexagonal. Como tinha alguma pressa, por qualquer razão de que já não me recordo, a visita foi breve, mas prometi a mim mesmo que voltaria ali para rever o cristal e observar as outras peças, ossos de dinossauros e fósseis de outros animais paleontológicos, instrumentos pré-históricos, espécimes mineralógicos, com mais tempo. Só voltei lá agora, passados mais de 50 anos. Foi por ter visto nos jornais a notícia de que havia uma exposição temporária sobre as trilobites de Arouca, com fósseis de exemplares gigantes. E encontrei o mesmo cristal, no mesmo local e com as mesmas finíssimas agulhas de turmalina, além de muitos outros objectos em exposição talvez não tão espectaculares, mas também muitíssimo interessantes. Desta vez ia acompanhado pela minha mulher e pela minha neta, que embora apenas com 7 anos percorreu com muito interesse as salas e quis tirar muitas fotografias, apaixonando-se principalmente pelos maiores ossos de dinossauros, assunto que é de seu particular interesse e sobre o qual já possui alguma literatura. A exposição de trilobites, embora apenas encha uma pequena sala, também merece a pena. Também aproveitei para ver de uma janela a fachada do meu liceu e ver com satisfação que manteve o letreiro "LYCEV PASSOS MANVEL", com Y e tudo. Principalmente não alteraram para a designação horrível "Escola Secundária" que, nunca soube bem porquê, veio modernamente substituir a velho palavra "liceu", como aconteceu com o meu outro Liceu, que frequentei durante 6 anos, o D. João de Castro, agora ameaçado de deixar de servir de escola, apesar das excelentes condições..
A recordação do belo cristal de quartzo tem-me levado a coleccionar outros cristais de quartzo, além de outras espécies mineralógicas, mas sempre em grau bastante modesto e económico. O cristal da minha pequena colecção que mais aprecio é também um quartzo com turmalina que trouxe como recordação de uma visita a uma mina em Moçambique em 1962, mas este de dimensões muito mais modestas: apenas 4 com de lado a lado e 12 de comprimento. Apesar de modesto, em comparação com o do museu, é a minha peça mais querida.
Mais duas notas sobre a visita ao Museu:
Durante toda a nossa demorada estadia, apenas apareceu mais um casal de visitantes . É pena, porque se fossa mais divulgado muitos pais poderiam levar lá os filhos e muitos avós os netos. Como se provou até as crianças de 7 anos gostam de ver.
No balcão da portaria, onde 2 funcionários aguardavam pacientemente as raras visitas, um pequeno cartaz anunciava a possibilidade de ver, a pedido, um DVD sobre o museu. A minha neta quis ver e assim pude constatar que era uma reportagem bem feita e com interesse sobre o conteúdo do museu. No entanto, à minha pergunta sobre a possibilidade de comprar o DVD, obtive como resposta que era exemplar único. Lá me aconselharam a dirigir-me ao Serviço Geológico do INETI, em Alfragide, onde talvez me pudessem informar melhor. Espero fazê-lo em breve, antes que passem outros 50 anos.

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