domingo, 16 de julho de 2006

Uma grama

No Público de 2006.07.10 veio publicada uma notícia não assinada sobre a exploração de ouro na Serra Pelada, Brasil, em que a certo passo se dizia: "... Djalma Pereira de Oliveira, 40 anos, examina a areia grossa de um rio lamacento. Nos melhores dias, ele chega a encontrar uma grama de ouro, no máximo." Esta frase contém um erro de palmatória que me parece inadmissível num jornal de referência como o Público: em português a palavra que designa a unidade de massa "grama" é um substantivo masculino e não feminino, como indica erradamente o artigo indefinido no texto. É claro que muita gente ignorante diz "uma grama", ou mais correntemente na praça ou até no supermercado "duzentas gramas" ou "quinhentas gramas", por exemplo, mas quem não é ignorante sabe ou tem obrigação de saber que o correcto é "um grama", "duzentos gramas" e "quinhentos gramas". Um jornalista tem a obrigação de saber isto. Os erros de linguagem científica são muito frequentes em meios de comunicação, o que é lamentável, mas por vezes o desconhecimento é desculpável e só se lamenta que não se tenha consultado um especialista, uma obra de referência ou um bom dicionário, mas neste caso o género da palavra é do conhecimento comum e o erro é indesculpável.
Para mais, não se trata de um simples lapso, pois o erro é salientado no título em grandes letras "Uma grama por dia, à espera que a mina volte a abrir" e logo com o destaque da última página do jornal.
É de recomendar mais cuidado! Pelo menos um grama de cuidado.

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