segunda-feira, 12 de junho de 2006
Carrilho e Duarte Pacheco
Tenho evitado neste blog pronunciar-me sobre a controvérsia do não aperto de mão de Carrilho e situações relacionadas, não porque considere o assunto tabu ou porque não tenha opinião, mas porque acho que quase tudo já foi dito. Mas uma carta dirigida por Paulo Varela Gomes ao Público, publicada em 2006.05.16, tem algumas afirmações que me fizeram mudar de ideias e que me apetece comentar. O autor da carta afirma:
"Sobre Carrilho, duas coisinhas que se arriscam a ficar esquecidas no meio da confusão: foi o melhor ministro da Cultura que o país teve desde o 25 de Abril e, se tivesse sido eleito para a Câmara de Lisboa, teria sido, muito possivelmente, a personalidade de que a cidade desesperadamente precisava desde Duarte Pacheco nos anos de 1940."
Apenas duas coisinhas, mas que me parecem bastante discutíveis. Em primeiro lugar, nem toda a gente pensa como o autor da carta que Carrilho foi o melhor ministro da Cultura. Dito assim, parece um facto incontroverso, quando na verdade não passa de uma opinião. Depois, e principalmente, se é geralmente aceite que Duarte Pacheco deixou obra feita como poucos presidentes da Câmara de Lisboa, Varela Gomes não explica porque acha que Carrilho teria "possivelmente" uma personalidade do mesmo calibre. E o ambiente político e financeiro é muito diferente do da época de Duarte Pacheco, pelo que é de presumir que mesmo com a sua personalidade não seria possível hoje fazer obra semelhante.
"Sobre Carrilho, duas coisinhas que se arriscam a ficar esquecidas no meio da confusão: foi o melhor ministro da Cultura que o país teve desde o 25 de Abril e, se tivesse sido eleito para a Câmara de Lisboa, teria sido, muito possivelmente, a personalidade de que a cidade desesperadamente precisava desde Duarte Pacheco nos anos de 1940."
Apenas duas coisinhas, mas que me parecem bastante discutíveis. Em primeiro lugar, nem toda a gente pensa como o autor da carta que Carrilho foi o melhor ministro da Cultura. Dito assim, parece um facto incontroverso, quando na verdade não passa de uma opinião. Depois, e principalmente, se é geralmente aceite que Duarte Pacheco deixou obra feita como poucos presidentes da Câmara de Lisboa, Varela Gomes não explica porque acha que Carrilho teria "possivelmente" uma personalidade do mesmo calibre. E o ambiente político e financeiro é muito diferente do da época de Duarte Pacheco, pelo que é de presumir que mesmo com a sua personalidade não seria possível hoje fazer obra semelhante.