sábado, 22 de novembro de 2008

Afinal quem mente?

O caso BPN continua apaixonante, mais do que um romance policial.
O último episódio, ainda não terminado, é a contradição entre as declarações de Dias Loureiro e de António Marta. Alguém mente, mas, como acabei de ouvir dizer ao Ministro das Finanças da altura, Miguel Beleza, não havendo testemunhas do encontro, é impossível saber quem.
É impossível? Não é a opinião de Louçã. Esta inteligência rara consegue saber que quem mentiu foi Dias Loureiro. Talvez ele seja a testemunha que faltava, porventura escondido atrás dos reposteiros do gabinete do Banco de Portugal. Afirma com toda a certeza que Dias Loureiro mentiu e portanto não pode continuar a ser conselheiro de estado e devia demitir-se ou ser demitido. Acrescentou Louçã que, para além de ser mentiroso, Dias Loureiro não merece confiança por ter ido fazer negócios em Porto Rico e em off-shores. Pecados capitais. Mas afinal Porto Rico é um dos estados dos EUA, que por muito que Louçã não goste deles, são um estado de direito e não parece que ir lá fazer negócios seja pecado. Quanto aos off-shores, estão na mó de baixo e muita gente deseja, com muitas razões válidas, que desapareçam, mas não é proibido fazer lá negócios, pelo menos por enquanto.

A propósito, acabo de ouvir Saldanha Sanches fazer na RTP-N um raciocínio que eu, que nada percebo de finanças, já tinha feito: O Banco de Portugal, e em particular António Marta, fica muito mal neste caso qualquer que seja o mentiroso: Se foi Loureiro, o BP já investigava o BPN e não se percebe por que nada fez até agora, nem porque não denunciou a pressão intolerável de um responsável por um banco sob investigação; se foi Marta, também não se percebe, perante as suspeitas comunicadas por um administrador da sociedade accionista do BPN, porque não iniciou logo investigações na altura.

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Este postal foi transcrito no Público de 2008.11.25
 
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